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Qual é o potencial de desenvolvimento humano passível de ser atingido por todos os seres humanos?

Todos temos o potencial de sermos seres independentes. Seres capazes de viver separados dos seus vínculos, de funcionar adequadamente mesmo quando tudo parece ruir à nossa volta.

 

Vivemos num tempo e cultura onde tudo é passível de ser ensinado, até a felicidade. Mas será que alguém precisa de aprender a ser feliz, resiliente ou até mesmo independente? Será que alguém precisa de aprender a viver em sociedade?

Será que a natureza que criou a vida na Terra, com todos os seus mistérios e milagres, não se encarregou de dotar os seres humanos de tudo o que precisam para atingir o seu potencial de desenvolvimento humano?

Onde aprende um tigre a ser tigre? E como sabe uma macieira dar maçãs?

Porque está no seu potencial.

Então como aprende o Homem a ser Homem?

Não aprende. Está no seu potencial de desenvolvimento humano.

E qual é o potencial humano?

Como se parece um homem ou mulher que tenham atingido o seu potencial de desenvolvimento humano?

Segundo o prestigiado psicólogo canadiano Gordon Neufeld, todos os homens e mulheres nascem com o mesmo potencial humano.

Mas nem todos o desenvolvem plenamente. Na realidade, a maioria sucumbe perante os mil impedimentos que surgem no caminho, nunca lá chegando verdadeiramente.

Mas qual é, afinal, o potencial humano?

Segundo este autor, faz parte do desenvolvimento humano transformarmo-nos em seres independentes, sociais e adaptáveis. Está no nosso potencial e todos o podemos atingir.

Analisemos separadamente cada um destes potenciais:

 

Todos temos o potencial de sermos seres independentes. Seres capazes de viver separados dos seus vínculos, de funcionar adequadamente mesmo quando tudo parece ruir à nossa volta.

Todos somos capazes de ser a nossa própria estrela polar. De procurar orientação no nosso interior e não mais no exterior. De encontrar razões para viver, existir, perseverar e até mesmo ser feliz mesmo quando separados daqueles a quem chamamos casa.

Paralelamente, todos temos o potencial de sermos seres adaptáveis. Seres capazes de serem transformados pelos reveses, perdas e infelicidades da vida.

Usando uma analogia agrícola, podemos dizer que todas as existências humanas são fertilizadas com estrume. Todos os nós temos o potencial de utilizar esse estrume como fertilizante, tornando-nos pessoas mais resilientes, fortes e o que mais que descubramos no processo de fazer o luto e renascer.

Isso não quer dizer que todos consigamos atingir esse potencial. Tal como algumas plantas sucumbem ao estrume em vez de crescerem mais altas e belas, o mesmo pode acontecer com os seres humanos.

Por último, todos temos o potencial de sermos seres sociais. Seres capazes de viver em sociedade, de experimentar a conexão sem perda da separação e a separação sem perda da conexão.

Ser uma criatura social não significa fundir com o outro ou abdicar de nós para poder ser aceite e amado. Ser um ser social significa ser fiel à nossa integridade, ter coragem de partilhar a nossa verdade. Mas fazê-lo no total respeito pelo direito à diferença do outro. E ser capaz de respeitar o outro quando ele mostra a sua essência. Mesmo que não concordemos ou gostemos dela.

Ser social é ser íntegro e diplomata em simultâneo, algo bem difícil de se realizar.

Um homem ou mulher que consiga atingir o seu potencial humano será alguém capaz de se integrar em qualquer sociedade ou cultura sem perder a noção de quem é na sua essência, capaz de reerguer após as tragédias da vida em vez de sucumbir ao trauma e de viver uma existência independente, seja o que for que precise de realizar para o conseguir.

Uma pessoa que atinja o seu potencial humano será uma pessoa feliz, resiliente, adaptável, independente, confiante em si mesmo, capaz.

Porque nada disto é passível de ser aprendido. E nada disto nasce connosco.

São características da natureza humana cujo potencial de desenvolvimento existe em todos nós. Mas só se tornam realidade quando não existem impedimentos ao seu desenvolvimento, nem pressões para que apareçam cedo de mais.

 

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