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O que se passa com os nossos filhos?

Está na hora de pararmos de nos preocupar com o comportamento dos nossos filhos e apostarmos tudo o que temos na criação de uma relação saudável com eles.

 

Na atualidade muitos pais intuem que perderam o seu lugar, parece-lhes que não são capazes de educar os filhos, sentem-se impotentes e perdidos, sem qualquer influência, alojando indivíduos que já não conhecem e que nada têm a ver consigo ou com os descendentes que um dia sonharam ter.

Não percebem o que se passa, o que aconteceu, onde erraram, se foram eles que falharam ou se é normal da idade. Parece-lhes que quando eles próprios eram menores eram muito mais tementes aos progenitores, importavam-se mais com a sua opinião e com as suas regras.

Fotografia de Rodrigo Lima

Mas, afinal, todas as gerações dizem o mesmo, que quando eram novos eram muito mais bem comportados. Pode ser uma questão de perceção, convencem-se que é normal e continuam. Mas sentem-se cada vez mais confusos e cada vez mais distantes daqueles que mais lhe importam no mundo.

E os filhos mentem, bebem, fumam, discutem e só querem estar com os amigos. Bem lá no fundo, os pais intuem que isto não vai acabar bem, que os seus bebés correm perigo, até mesmo de morte.

Culpam a escola, os professores, as más influências. Tornam-se, eles próprios, cada vez mais agressivos, numa tentativa desesperada de que os descendentes os ouçam, de ainda serem capazes de os salvarem.

Ou entregam a Deus, agarrando-se à esperança de que é apenas a rebeldia da idade e tudo vai passar. Não conseguem perceber, não são capazes de compreender, não sabem o que fazer. Mas afinal o que é que se passa? E quando é que tudo começou?

Fotografia de Rodrigo Lima

Não existe uma resposta universal nem uma solução que sirva a todos. Mas existe uma compreensão, um entendimento do está a acontecer, baseada em décadas de estudos.

E existe uma linha orientadora, já bem testada, que nos permite prevenir, contrariar e até recuperar as nossas crianças dos caminhos destrutivos com que a vida atual parece gostar de as presentear.

 

Qual é, então, a resposta? A chave do sucesso? Onde reside, nesse caso, o problema?

No foco da nossa parentalidade. Está na hora de pararmos de nos preocupar com o comportamento dos nossos filhos e apostarmos tudo o que temos na criação de uma relação saudável com eles.

Está na hora de mudar de paradigma. Está na hora de parar de pensar “tenho que o ensinar que não é assim que se faz, tenho que o ensinar a comportar-se” e passar a verbalizar “não me interessa o que fizeste, mas sim o que te levou a faze-lo e o que é que eu poderia ter feito diferente para te ajudar, porque o que é importante para mim é que tu saibas que eu estou sempre ao teu lado, nunca para te criticar e/ou julgar mas sempre para te apoiar e/ou orientar”.

O nosso sucesso no exercício da parentalidade não está no que fazemos mas sim em quem somos para os nossos descendentes.

Fotografia de Rodrigo Lima

A solução para os problemas que os pais de hoje enfrentam na educação dos filhos passa por abandonarmos a ideia de que temos que controlar o comportamento das crianças e passarmos a focar-nos na relação que queremos viver com elas. E não, isso não é permissividade.

Não estamos a falar em tratar os filhos como iguais, adultos com a mesma maturidade que nós. Somos pais, e, como tal, mentores, orientadores e cuidadores.

Mas só numa relação baseada no respeito e conhecimento é possível que os nossos descendentes queiram seguir os nossos ensinamentos, os nossos exemplos e os nossos valores em detrimento de todas as outras influências a que estão sujeitos no mundo atual.

 

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