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Uma mulher é muito mais que um vestido

Imaginemos o vestido como sendo o nosso ego. Quando ele nos define é a sua beleza que transparece, apagando o nosso ser interior, a nossa verdadeira natureza, a nossa presença neste mundo.

 

E aqui estou eu, num bom momento, sentindo na pele a mensagem da canção Impossible de James Arthur. Escuto-a na televisão e levanto-me para dançar. A cozinha meia arrumada, o jantar por acabar.

De repente, num instante, dou por mim de olhar fixo numa mulher do vídeo. Parece-me grande de mais para o vestido que enverga. Não fisicamente, não por excesso de peso ou por usar um tamanho demasiado pequeno. Ela é elegante e o vestido assenta-lhe na perfeição.

Sinto-a demasiado grande porque o vestido, embora lindíssimo, parece uma prisão da sua verdadeira beleza, daquela que vem de dentro e que ela não se priva de mostrar numa dança genuína.

E assim me parece que pode ser com todos nós.

Imaginemos o vestido como sendo o nosso ego. Quando ele nos define é a sua beleza que transparece, apagando o nosso ser interior, a nossa verdadeira natureza, a nossa presença neste mundo.

Mas quando ele é apenas uma peça de roupa que usamos porque a sociedade assim o requer, porque queremos viver nesta cultura e aceitamos algumas das suas regras, como não andar nus, então ele morre perante a nossa verdadeira natureza.

 

O nosso ego pode ser arrebatador, criado a partir estratégias de sobrevivência e adaptação requintadas e extremamente. Tal como um vestido exclusivo, deslumbrante e de um estilista bem famoso. Mas tal como uma mulher é muito mais que um vestido, nós somos muito mais que o nosso ego.

E quando a mulher é linda, verdadeiramente encantadora, com aquela beleza que só consegue vir de dentro, então o vestido pode parecer uma prisão, com todos a querem ver por debaixo.

E assim se passa com a nossa verdadeira natureza. Quando a aceitamos, amamos, respeitamos e escolhemos viver nela, então o ego até pode existir, desempenhando o seu papel social. Mas vai parecer sempre uma prisão porque para sempre o nosso verdadeiro ser é demasiado grande para ele, demasiado poderoso, demasiado deslumbrante.

Façamos dos nossos egos acessórios de moda e não definições de ser, beleza ou valor próprio. E dancemos com paixão, sem medo que ele caia, rompa ou desalinhe. Sejamos nós e certamente que seremos arrebatadores.

 

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