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Qual é a minha missão enquanto Doula?

Como tua Doula, quero ajudar-te a entender e amar os teus medos e limitações, a compreender que eles fizeram de ti quem tu és hoje, que sem eles provavelmente não estavas viva.

 

Quando eu fiz o meu curso de Doula eu percebi que podemos pertencer a alguém, a um grupo, a uma comunidade, ao universo, sem termos que deixar de ser quem somos, sem perdermos a nossa individualidade. Eu compreendi que posso trazer para a luz as minhas sombras, os meus esqueletos no armário, sem medo de que não gostem de mim, que me ponham de lado, que me rejeitem.

Com a aprendizagem da Doulagem, e outros trabalhos interiores, eu finalmente percebi que é seguro existir sem ter de mudar nada, sem ter que tentar ser algo que não sou, sem ter que estar constantemente a adaptar-me para merecer ser amada. E é isto que quero oferecer como Doula.

Para mim, ser tua Doula é aprender a caminhar ao teu lado, é emprestar-te os meus olhos para que tu te possas ver como eu te vejo: um ser humano completo porque lhe faltam partes, perfeito graças às suas imperfeições, corajoso porque sabe o que é o medo, maravilhoso porque sabe o que é o amor e a felicidade, mas também o ódio e o desespero; e, acima de tudo, mais do que qualquer outra coisa, merecedor de ser aceite, amado e respeitado só porque ocupa espaço neste mundo, só porque respira, só porque existe.

Nunca houve ninguém igual a ti e nunca vai haver mais ninguém como tu.

Eu, Márcia Carneiro, como Doula

Eu sei que ser único nesta sociedade que passa a vida a tentar mudar os outros, para não ter que olhar para dentro de si própria, é um caminho solitário, doloroso, onde a incompreensão predomina e a aceitação incondicional é um bem muito raro.

Mas está na hora de parar de esperar dos outros o que eles não conseguem nos dar e encontrarmos em nós e por nós os nossos enorme poder e inigualável valor. Está na hora de parar de olhar para o futuro e para quem queremos ser, e passarmos a celebrar quem somos e onde estamos no presente.

E é isso que eu quero partilhar e explorar contigo, como tua Doula. Quero ajudar-te a entender e amar os teus medos e limitações, a compreender que eles fizeram de ti quem tu és hoje, que sem eles provavelmente não estavas viva.

 

Quero proporcionar-te a experiência de poderes abrir o teu armário de par em par, trazer todos os esqueletos que quiseres para fora e perceberes o que é poder mostrá-los sem seres julgada. Mais, seres ainda mais amada por isso.

Eu quero emprestar-te os meus olhos, os meus ouvidos, a minha aceitação para que tu depois o possas oferecer a ti própria, aos teus filhos e a quem mais quiseres ofertar essa dádiva.

Por isso, mulher que esgravatas por estas páginas à procura de algum apoio, de algum alívio para a tua dor, de algo que ilumine os teus lugares escuros e te ajude a enfrentar o medo, mas pensas que não pertences aqui pois não consegues abandonar a ideia de um parto hospitalar, uma epidural ou até mesmo uma cesariana eletiva, podes vir à vontade que ninguém te julgará, podes vir à vontade pois esta também é a tua casa.

Fala-me dos teus medos, que talvez eu te consiga ajudar a entendê-los e a deixá-los ir. Fala-me dos teus sonhos, que talvez eu te consiga ajudar a concretizá-los. Digo “talvez” porque o trabalho é sempre teu e o caminho só tu o podes percorrer.

Não tenho nenhuma varinha mágica, infelizmente, que possa abanar e fazer com que tudo corra como desejado, mas estarei sempre a teu lado, a dançar contigo, a dar-te a mão e a lembrar-te, sempre e a qualquer momento, que não estás sozinha e que o objetivo não é ser perfeita mas sim autêntica, pois só na verdadeira autenticidade a gravidez e o parto conseguem ser experiências vividas em plenitude.

 

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